A mineradora canadense Lundin Mining confirmou que vai destinar US$ 100 milhões à sua unidade em Alto Horizonte, no norte de Goiás, até o fim de 2025. O aporte tem como objetivo garantir a continuidade da produção de cobre e ouro, além de ampliar as reservas existentes por meio da identificação de novos depósitos minerais — movimento alinhado ao avanço da demanda global impulsionada pela transição energética.
Atualmente, esta é a única operação da companhia em solo brasileiro. A Lundin também mantém minas no Chile e nos Estados Unidos, além de projetos de prospecção na Argentina. Para o próximo ano, o grupo prevê investir US$ 530 milhões em iniciativas sustentáveis e US$ 205 milhões em expansão em suas atividades ao redor do mundo. Em junho, a empresa anunciou a meta de integrar o seleto grupo das dez maiores produtoras globais de cobre e ouro.
Estrutura e produção
Localizada a cerca de 300 quilômetros de Goiânia e a apenas 6 quilômetros de Alto Horizonte, a mina opera a céu aberto com capacidade de processar 24 milhões de toneladas de minério por ano, o que resulta em uma produção anual de 43 mil toneladas de cobre. Desde que adquiriu as operações da Yamana Gold, em 2019, a Lundin emprega aproximadamente 1.200 funcionários diretos e outros 1.000 terceirizados, grande parte deles residentes em Alto Horizonte, Campinorte e Uruaçu.
Segundo Cleiber Moreira Rezende, diretor de Operações da Lundin Mining no Brasil, a extração utiliza caminhões de grande porte, com capacidade entre 100 e 320 toneladas. “Nosso complexo reúne diferentes cavas, conhecidas como pits, cada uma com qualidade distinta de minério. A mistura desse material alimenta a planta de beneficiamento instalada próxima às minas”, detalhou.
Grande parte da produção segue para o mercado europeu, onde metalúrgicas contam com tecnologias mais competitivas. Rezende destacou o impacto da atividade na economia regional: “Essa indústria movimenta uma parte significativa da economia local”.
Sustentabilidade e futuro da mina
O executivo ressaltou que os investimentos previstos para 2025 se concentrarão na manutenção das operações, em pesquisa e desenvolvimento e em melhorias tecnológicas que devem elevar a eficiência da planta e reduzir emissões de carbono.
Hoje, a estimativa é de que a mina funcione até 2051, mas o diretor avalia que esse prazo pode ser estendido com os estudos em andamento. “Nosso compromisso é sustentar a produção anual de 43 mil toneladas de forma sustentável. Para isso, a pesquisa é essencial”, afirmou. Ele lembrou ainda que o cobre passou a ser considerado um metal estratégico para a transição energética global, fator que tem elevado seu valor de mercado.
Embora a Lundin conte com equipe interna de pesquisa, parte das atividades — como levantamentos geofísicos — será executada por empresas contratadas. “As perspectivas são muito positivas para a continuidade das operações”, reforçou Rezende.
Visita institucional
No fim de junho, o Conselho da Lundin Mining, acompanhado do CEO Ediney Drummond e de outros executivos, esteve em Alto Horizonte para acompanhar o andamento das atividades. A visita também marcou as comemorações pelos seis anos da mineradora no Brasil e consolidou o interesse crescente da companhia em fortalecer a operação goiana como um ativo estratégico no cenário global.