Justiça anula júri de caso envolvendo assassinato de ex-prefeito e decreta nova prisão de Wellington Almeida e esposa

O ex-prefeito de Estrela do Norte, Wellington José de Almeida, e sua esposa, Elaine Cristina Vaz, foram presos nesta terça-feira (4), após a Justiça goiana determinar a anulação do júri que os julgou em novembro de 2024. A decisão do Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO) foi motivada por indícios de interferência indevida no processo por parte dos acusados.

Segundo o Ministério Público de Goiás (MPGO), Wellington e Elaine, junto a seus advogados, teriam mantido contato irregular com jurados previamente sorteados para compor o conselho de sentença — o que é terminantemente proibido. Diante da violação, a 1ª Câmara Criminal do TJGO decidiu por unanimidade anular o julgamento e determinar a realização de um novo júri.

Antes da prisão desta terça-feira, chegou a ser expedido um alvará de soltura em favor de Wellington, em decorrência da anulação do julgamento. No entanto, o MPGO reagiu imediatamente e solicitou a prisão preventiva do casal, argumentando risco concreto de nova tentativa de manipulação do processo. A medida foi acatada pelo juiz Thiago Mehari. Wellington foi detido no momento em que deixava a prisão e Elaine foi presa em Uruaçu, no norte goiano.

O crime

O caso remonta ao dia 1º de outubro de 2015, quando o ex-prefeito de Estrela do Norte, Geraldo Nicolau Filho — conhecido como “Curica” — foi assassinado em um motel localizado na zona rural do município de Mara Rosa, às margens da BR-153. De acordo com a acusação, a vítima foi atraída ao local por Anésia Xavier, cunhada de Wellington, com quem mantinha um relacionamento extraconjugal. Lá, Curica foi executado com oito disparos à queima-roupa.

Para o MPGO, o homicídio foi resultado de um plano cuidadosamente articulado. Elaine teria monitorado os passos da vítima, ajudado a planejar a emboscada e contribuído com a fuga após o crime. Já os disparos teriam sido efetuados por Wellington e seu irmão, Waldivino José de Almeida, este último já julgado e condenado.

Com a anulação do primeiro julgamento, o caso voltará ao Tribunal do Júri em data ainda a ser marcada pela Justiça de Mara Rosa. A nova sessão contará com um corpo distinto de jurados.

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