Assassino de professora vai a júri popular em Uruaçu

MP considera branda a pena para um crime cometido com requintes de crueldade

A sessão no Tribunal do Júri que levou a julgamento o autor do feminicídio que vitimou a professora Elenice Salgado, começou por volta de 09:30 da manhã de terça-feira (09/04) e terminou no início da noite do mesmo dia. O corpo de jurados foi formado por seis mulheres e um homem. A presidência foi do juiz Francisco Sabóia Neto e atuaram na defesa os advogados, Renan Pires, Joaquim Souza, Rodrigo Moraes e Carlos Ribeiro. A acusação ficou a cargo do promotor de justiça, Afonso Gonçalves Filho.

Familiares e amigos da professora falaram sobre o relacionamento dela com José Edilson, que veio do Estado da Paraíba, morar em Uruaçu.

Emocionada, Claudiane de Kássia, filha de Elenice, contou que a mãe era uma pessoa de bom coração e muito batalhadora. A jovem também disse que desde o início foi contra o namoro dos dois porque não confiava em José Edilson. Na opinião dela, um homem mentiroso e por vezes, desequilibrado.

Ao ser interrogado, o réu tentou transferir culpa à vítima, negando o fato de que ele perseguiu Elenice, por não aceitar o fim do relacionamento. Também deu a entender que a ex-companheira estaria lhe traindo.

Depois de ouvir todas as partes e acompanhar a apresentação das provas materiais do crime, o juiz pediu ao corpo de jurados que respondesse aos quesitos do julgamento e em seguida anunciou a sentença. Inicialmente 18 anos de reclusão, que caiu para 15, após a consideração de algumas atenuantes como os fatos de José Edilson ter confessado o crime e ser réu primário.

Acusação e defesa vão recorrer da sentença. Os quatro advogados que defenderam o criminoso querem a redução da pena a ele imposta, já o promotor de Justiça quer que o assassino tenha a pena elevada para cerca de 20 anos.

Crueldade sem limites

Elenice Salgado era de origem humilde, foi gari e trabalhou no comércio até conseguir se formar em pedagogia. Dava aulas para alunos do ensino fundamental de uma pública de Uruaçu.

No dia 24 de julho de 2022 foi atraída até a casa do ex- companheiro que não aceitava o fim do relacionamento e acabou brutalmente assassinada. As armas utilizadas? Duas facas e uma barra de ferro.

A professora teve o crânio esmagado e o rosto completamente desfigurado por José Edilson.

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